RUMI - O POETA DANÇARINO



Não conheço a Turquia, mas é uma das coisas que preciso fazer antes de morrer. Minha primeira parada seria conhecer a casa de Nossa Senhora, em Éfeso, vizinha do Templo de Artemis, a deusa grega da natureza selvagem.


Um flash abaixo recém-postado no YouTube, com belas imagens de derviches dançarinos:

Interessantíssima vizinhança, aliás, cheia de histórias, inventadas ou não, quem se importa? Como diria Roberto Calasso, essas coisas nunca aconteceram, mas sempre existiram...

Hoje arranjei outro motivo para ir à Turquia. Tem que ser em setembro, no dia 30, data do nascimento, em 1207, de um dos maiores poetas místicos que a espécie humana fabricou: Rumi, ou Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī.


Rumi nasceu onde hoje é o Afeganistão e morreu na Turquia, em 17 de dezembro de 1273. É considerado o criador do Sufismo, a vertente mais mística do islamismo.
Acreditava que o exercício do amor era essencial para o amadurecimento e aperfeiçoamento dos seres humanos. Pregava a tolerância, a bondade, a paciência, a calma e a compaixão incondicionais.

Depois da sua morte, seus seguidores fundaram a Ordem Mevlevi, que a gente reconhece como aqueles derviches que dançam, girando... Essa dança, chamada sema, é uma forma de oração coletiva.

A UNESCO declarou 2007 o Ano Internacional de Rumi e para celebrar os 800 anos do nascimento do poeta, o governo da Turquia convidou 300 derviches e vários cantos do mundo para dançar na maior sema jamais vista.

A dança belíssima dos derviches você assistiu acima.

E os poemas de Rumi em português, eu encontrei em 
Poesia Sufis.

Um gostinho de Rumi para iluminar o texto:
Vem.
Conversemos através da alma.
Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.
Sem exibir os dentes,
sorri comigo, como um botão de rosa.
Entendamo-nos pelos pensamentos,
sem língua, sem lábios.
Sem abrir a boca,
contemo-nos todos os segredos do mundo,
como faria o intelecto divino.
Fujamos dos incrédulos
que só são capazes de entender
se escutam palavras e vêem rostos.
Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Como podes dizer à tua mão: "toca",
se todas as mãos são uma?
Vem, conversemos assim.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.


Um flash recém-postado no YouTube, com belas imagens de derviches dançarinos:


Encontrei o 
site oficial dos eventos relacionados às comemorações do 800o. Aniversário do Nascimento de Rumi.

Fonte do Texto:Adilia Belotti-http://somostodosum.ig.com.br/

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